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Setembro 2014.

 

Data: 08/09 (Segunda-feira)

 

Tema: Triângulo em cena

 

Relato das atividades: 1ª Aquecimento com Durval (enquanto alguns atores iam tirar as medidas das roupas com Manoel Carlos)/ 2ª Passagem do texto da cena 7/ 3ª Denys e Manoel viram dimensões do cenário/ 4ª Passamos da prólogo à cena 6.

Comentários Pessoais: No ensaio de hoje, Denys falou muito da simetria das cenas, da importância de se manter a relação dos atores em cena, simétricas. Principalmente quando se trata de uma estética de dualidade, a simetria é fundamental, pois os atores acabam se tornando: os lados, os reflexos, a sombra ou o extremo. Bem, ficou claro que temos de dominar essa relação: do ator/espaço e ator/ator, para conseguirmos passar para o publico  um dos fatores dessa dualidade.

 

Análise: Em uma determinada cena, temos de construir pequenas ações em câmera lenta, nossas coreografias pessoais. E usei uma ação construída para o trabalho com Kiran, onde minhas ações eram de um “hiponga”, e da mesma maneira que usei as técnicas para chegar naquela determinada “coreografia”, utilizei agora, nessa cena. Ou seja, toda bagagem adquirida nos dois anos e meio, estão se mostrando de diferentes formas, agora.

 

 

Data:12/09 (Sexta-feira)

 

Tema: Cena dos sons.

 

Relato das atividades: 1ª Aquecimento liderado por Durval (voltado para a relação: do olhar, da fala e etc)/ Passagem e construção da cena 7/ 3ª Passamos o prólogo.

 

Comentários Pessoais: A cena 7 é a penúltima que falta ser marcada. Hoje o ensaio foi quase todo para ela, mais uma vez a simetria estava presente e dessa vez um outro componente, a liturgia. Toda a cena é muito bem desenhada, não pode haver erros ou imprevistos. É algo muito bem coreografado. Uma cena que mistura a lentidão litúrgica com uma velocidade feroz. Ainda sinto falta de conseguirmos ter o domínio da cena, não só dessa, mas de algumas outras também. O domínio que falo é: nos apropriarmos melhor dos personagens e do texto, as cenas correrem mais naturalmente e etc. Precisamos trabalhar mais e mais. Até cansarmos do texto (como diz Denys)

 

Análise: Algo que permeou todo o ensaio, não poderia deixar passar aqui. A liturgia. Liturgia é o conjunto de ritos e cerimonias, relativo aos ofícios da igreja católica. 

 

 

 

Data: 15/09 (Segunda-feira)

 

Tema: A penitência

 

Relato das atividades: 1ª Aquecimento com Durval, trabalhamos muito a relação com o espaço e nos transformamos em animais/ Marcação da cena 7. 

 

Comentários Pessoais: Voltamos nossa atenção hoje para a cena sete. Fizemos algumas marcações que estavam faltando e limpamos a cena. O que ficou notório foi que: a maior dificuldade da cena é conseguir dar o texto e manter mesmo quando o outro entrar com a sua fala. Já que estamos trabalhando o cânon, devemos não ser uníssono, mas algo mais como uma reza em que todos fazem ao mesmo tempo, cada um a sua e ninguém se perde.

 

Análise: A cena da penitência com toda sua liturgia, suas vozes ecoando como uma oração, tem também algo ligado diretamente à religião católica e judaica. No judaísmo, quando os judeus iam fazer algum sacrifício, costumavam-se cobrir a cabeça com cinzas. Já na igreja católica, o padre faz uma cruz na testa dos fiéis. 

 

 

 

 

Data: 16/09 (Terça-feira)

 

Tema: Jogo do cérebro 

 

Relato das atividades: 1ª Aquecimento com Durval/ 2ª Cena 6 e 7/3ª Prólogo.

 

Comentários Pessoais: Mais uma vez buscamos aprimorar a cena 7, já percebemos um avanço no texto e na nossa sintonia. Buscamos encontrar e definir um ritmo para o texto, mas cada um no seu pulso, porém o som não pode ser quebrado. Porém, quando os 4 atores estão dando o texto, há sempre algum que se perde no seu próprio texto, pois a entrada das outras vozes complica-o. Devemos decorar o texto e impregna-lo em nós, para quando entrar: vozes, sons de tambores e gritos e etc, nada disso interfira na nossa “reza”

 

Análise: Quando estávamos com dificuldade para falar o texto com o outro falando também, Denys nos disse que isso é um exercício para o cérebro, que para aprender a falar em cânone, ou ao mesmo tempo que outra pessoa, ou com mil barulhos ao redor, nós devemos treinar o nosso cérebro. E isso me fez lembrar um treinamento cerebral que fizemos com ele em sala, que tínhamos de rapidamente, ao seu comando falar (cada um de uma vez) uma palavra que rimasse com uma palavra geradora, escolhida anteriormente por nós.

 

 

 

Data: 19/09 (Sexta feira)

 

Tema: O grito de liberdade

 

Relato das atividades: 1ª Conversa com Denys, sobre o espetáculo/ 2ª Aquecimento com Durval: Um “corifeu” fazia os movimentos e os outros atores em uma formação atrás do “corifeu” repetia seus movimentos/ 3ª Cena 7/ 4ª Cena 1

Comentários Pessoais: Durante toda essa semana eu estava me sentindo em uma “crise”, acredito que a rotina me causou isso. A vontade do novo, a sede por: lugares novos, coisas novas, amores novos e etc, tudo isso transbordou em mim. E tudo isso ainda estava preso em mim, até hoje. No aquecimento de hoje, quando eu era o corifeu e estava fazendo meus movimentos, comecei a visualizar um macaco em mim, meus movimentos foram de um macaco. E em determinado momento senti uma necessidade de soltar sons, de colocar pra fora uma angustia, uma raiva. Então o eu macaco levantou-se e gritou após quatro cantos, apenas cuspiu das entranhas aquela energia que pesava. E o grito de macaco transformou-se em um grito humano, transformou-se em meu grito. Era como se eu estivesse matando algo ou alguém, e de certa forma foi isso mesmo que aconteceu. Definitivamente, aquele não era um grito qualquer. Além disso, também repassamos a cena 7 e Denys fez algumas limpezas na cena 1. 

 

Análise: As sensações que me surgiram no aquecimento de hoje, foram parecidas com as que tive na: dança de São Guido, quando durante 30 minutos não paramos de nos movimentar, todo o corpo em movimento. A ferocidade, os instintos e sensações de animais, de um guerreiro feroz me invadiram tanto no aquecimento de hoje, quanto no exercício de São Guido.

 

 

 

 

Data: 22/09 (Segunda-feira)

 

Tema: Trabalhando a agressividade

 

Relato das atividades: 1ª Aquecimento com Durval/ 2ª Enquanto Durval trabalhava a agressividade (através de um exercício em que isolando o plexo superior, batíamos com o cabo de uma vassoura dizendo o texto) com quatro atores, para a cena 7, Denys trabalhava o canto com Lucio para um personagem especifico. 

Comentários Pessoais: O ensaio foi dividido em dois grupos: um para trabalhar o texto cantado e o outro para colocar a agressividade para fora. Durval com seus exercícios utilizados, tentou nos fazer enxergar as palavras soltas que dizemos, tentou nos trazer um olhar, um corpo, uma voz que transbordasse de energia, de agressividade. Na verdade, para esse momento essas energias especificas de um sentimento, servem, mas não é isso que buscaremos para o trabalho final. Buscamos ter o texto em nós, de uma forma que seja indiferente, sejamos neutros quanto ao que estamos dizendo, sem nos deixar ser contaminados por aquilo, a agressividade estará presente, sim, mas apenas na entonação. Hoje o texto mostrou como reverbera em cada um. Alguns choraram, tamanho peso que aquelas palavras exercem negativamente sob a pessoa, outros não sentiram muita coisa, enquanto para alguns, foi como se aquele texto tivesse sido uma confissão.

 

Análise: O exercício que Durval usou para explorar a tão falada agressividade em nós, foi do psicoterapeuta: Roberto Freire. Roberto criou esse método para seus pacientes, extravasarem nos golpes do cabo, suas raivas e angustias do dia-a-dia. Para não acumular tudo aquilo e depois explodir de uma maneira mais trágica. 

 

 

 

Data: 23/09 (Terça-feira)

 

Tema: Tônus muscular

 

Relato das atividades: 1ª Aquecimento/ 2ª Limpeza da cena 6/ 3ª Cena 7/ 4ª Cena1

 

Comentários Pessoais: Nessa limpeza da cena 6, Denys queria trabalhar com Sheila uma levantada em que ela subisse apenas apoiada na força e equilíbrio dos pés. E tudo isso nos rendeu um exercício em que todos fizerem e experimentaram no próprio corpo. E ele nos disse que o teatro é isso: fazer o publico acreditar num sentimento, mas que na verdade você não está sentindo nada daquilo. O ator precisa ter um conhecimento do seu corpo, de como funciona suas alavancas corporais, como concentrar energia e utiliza-la para a cena. Todo esse auto conhecimento corporal é necessário para cena que requerem um certo preparo corporal e não só cenas assim, mas para o ofício teatral.

 

Análise: Mais uma vez a religião está presente nas análises. Até porque a cena 7 é muito caldada na liturgia. Nessa cena nós mostramos uma imagem, mas é mais um “ostentar” a imagem, que se assemelha com o: ostensório que o padre faz, quando mostra o corpo de cristo consagrado aos fieis.

 

 

 

Data: 26/09 (Sexta-feira)

 

Tema: Um problema bom

 

Relato das atividades: 1ª Recebemos hoje uns sapatos que usaremos no prólogo, e ficamos “brincando” com eles, vendo possibilidades/ 2ª Vimos formas de andar com o sapato, tentando isolar o som dele no chão/ 3ª Fizemos um desfile com formas para a entrada do prólogo, com o sapato/ 4ª Prólogo 

 

Comentários Pessoais: Quando vimos o sapato e experimentamos ele, a reação de todos foi a mesma: rejeição. Para nós era inconcebível fazer toda aquela cena que já estava pronta, com aqueles sapatos que não dão uma estabilidade, que escorregam, nos dá insegurança e etc. Confesso, que me deixei levar pelo medo da novidade que para mim iria nos atrasar e fazer regredir na cena. Durval percebendo isso tratou logo de colocar um par de sapatos e começar a brincar com eles, nos tranquilizando e  nos mostrando que aquele “problema” poderia nos dar mil novas possibilidades. Fomos aos poucos entendendo como deveríamos modificar a postura, usar mais a coluna e os joelhos para ter maior segurança naqueles sapatos, e começamos a usar melhor também seus sons. Com a chegada de Adriana, (sonoplasta) as observações e dicas dela nos ajudaram bastante. Sim, o terror do começo passou. Nos tranquilizamos e trouxemos a novidade para nosso lado, otimizamos a cena. 

 

 

 

 

Data: 30/09 (Terça-feira) 

 

Tema: Aprumando as cenas

 

Relato das atividades: 1ª Aquecimento liderado por Durval. ( Fizemos células de movimentos que ganhavam sons e formas, tornando-se: “pré-ações físicas”) 2ª Passamos a peça inteira.

 

Comentários Pessoais: No ensaio de hoje, Denys faltou. Com as marcações já fixadas, apenas faltando algumas limpezas nas cenas, as personagens entranhando em cada um de nós, os atores apropriados do texto; as cenas estão cada vez mais fluidas, mais orgânicas. Hoje Durval fez algumas observações, nos deus valiosas dicas e nos ajudou ainda mais no caminho que estamos construindo para esse exercício final.

 

Análise: O exercício que fizemos no ensaio, em que fizemos células de movimentos que foram tomando forma e decodificamos esses movimentos, me remeteu ao exercício que: eu, Moisés e Marcão propomos para a turma e a professora Marianne, num seminário sobre o LUME. Os alunos-atores e a professora, tinham de criar ações físicas a partir de uma música e mergulhar nessas ações.

 

CURSO DE INTERPRETAÇÃO DE TEATRO - SESC PIEDADE - PE

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