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No dia: 01/07 (Terça-feira), a aula foi do professor Wellington Júnior.

 

Data: 02/07 (Quarta-feira)

 

Tema: Batendo o texto.

 

Relato das atividades: 19:20 Recebemos as cenas 5 e 6, e conversamos sobre o pudor. 19:44 Denys leu as cenas 5 e 6, com pausas para explanar: assuntos e temas contidos nos textos. 20:45 Aquecimento vocal (articulação) 20:52 Leitura do texto inteiro na maior velocidade que conseguíamos, para não cristalizar nenhuma forma ou entonação, (com intervenção de Denys).

 

Comentários Pessoais: Ainda sobre o processo de leitura na mesa, utilizamos uma técnica onde lemos o texto de uma maneira diferente, com uma velocidade diferente, e isso nos desperta algo novo. Quando, no processo não procuramos fixar nada, apenas procurar no texto o: verdadeiro, formas, entonações, pausas, flexões e etc, sempre nos deparamos com algo novo, e consequentemente evoluímos na representação. 

 

Análise: Quando Denys falou de alguns objetos cênicos da peça, percebi o quanto nosso espetáculo está altamente ligado à história da literatura. Sabemos que o Barroco é a estética que nutriu e nutri essa montagem, mas elementos renascentistas também estão presentes, e como já era de se esperar (já que o contraste é de nosso feitio) contaremos também com elementos da Idade Média. Bem que me falaram que um pesquisador de teatro, torna-se um grande conhecedor do mundo. 

 

Data: 07/07 (Segunda-feira)

 

Tema: Energizando o corpo

 

Relato das Atividades: 19:37 Caminhamos pela sala, brincando com a respiração (através de coordenadas de Denys) e em alguns momentos fazíamos experimentos de força em dupla. 19:50 Em círculo de mãos dadas, falamos uma língua inexistente que fizesse ressoar o corpo. 20:05 Entrega dos textos 7 e 8. 20:10 Leitura experimental, com intervenção de Denys. 20:35 Conversamos sobre os textos. 20:26 Nova leitura, agora com os atores responsáveis pelos personagens. 21:26 Leitura da cena 1, com comentários e intervenções de Denys. 

 

Comentários Pessoais: Não foi a primeira vez que fizemos esse tipo de exercício com a turma, de ficar falando palavras inexistentes até isso reverberar no corpo. Mas hoje não houve movimentação, apenas permanecemos em círculo de mãos dadas e olhos fechados. E como esse ritual circular é forte, como ele consegue contaminar a todos. Talvez no começo desse trabalho as palavras não saiam de uma forma natural, ainda racionalizamos muito no inicio. Mas, com o andamento da atividade, é como se cada pessoa se transformasse num ser habitante de uma terra desconhecida e está ali se apresentando. A energia que se cria é muito forte, muito visceral. Particularmente, sou facilmente contaminado nesses experimentos, é como se um ser diferente emanasse de mim, e como nesse exercício não tivemos movimentação, que é onde eu mais expresso esse ser (ou esse ser me expressa), toda a energia foi para a voz, para as entonações, o que me deu uma consciência de poder na voz, de trazer o movimento para a voz.

 

Análise: Como eu já havia dito, não foi a primeira vez que fizemos um exercício como esse. Na aula de Psicofísica do ator, com o professor: Giorrdani Queiroz (Kiran), fizemos uma vivência que para mim foi a mais marcante de todo o curso. Giberisch é o nome do exercício. A proposta da experiência era: falar uma língua inexistente e que isso se transformasse em movimento. E começamos em círculo e falando a língua, até que isso reverberasse em nós e se tornasse movimento do corpo no espaço. 

 

 

Data: 09/07 (Quarta-feira)

 

Tema: Imaginando a cena.

 

Relato das Atividades: 19:25 Com panos como figurino, inspirado na peça, fizemos algumas cenas (ao som de músicas sacras e fortes para nos estimular). 20:25 Voltamos para a mesa e conversamos sobre a peça. 20:36 Retomamos a leitura do texto, de onde havíamos parado no ensaio passado, e assim foi até o final da aula.

 

Comentários Pessoais: Apenas com velas iluminando a sala, fomos experimentar algumas cenas. Nada para se fixar ainda, apenas visualizamos a cena, mais ou menos como imaginamos. Pelas formas que Denys nos instruiu a usar os panos, tivemos um gostinho de como será nosso figurino, inspirado na estética do: ver e não ver. E como isso afeta a turma, já vamos para a mesa, para leitura dos textos com um outro estimulo, com uma nova percepção.

 

Análise: Hoje Denys nos falou da importância de treinar a imaginação, nos instigou a visualizar a cena. E fiz uma ponte com o capítulo II, do livro: “A preparação do Ator” de Constantin Stanislavski. O capítulo trata sobre a imaginação e o texto fala muito sobre o que Denys nos alertou a fazer, que é estimular o poder da imaginação. Denys ainda nos disse para visualizarmos as cenas, nos visualizar fazendo e isso é o caminho para tornar real. E para mim isso cabe perfeitamente num trecho do livro: “O ator deve ter por objetivo aplicar sua técnica para fazer da peça uma realidade teatral. Neste processo o maior papel cabe, sem dúvida, à imaginação.”

 

Data: 14/07 ( Segunda-feira) 

 

Tema: A criação e suas vertentes.

 

Relato das atividades: (Como não tive contato com horário nem caderno, não colocarei os horários precisos das atividades, apenas a ordem em que elas aconteceram.)

 

1- Começamos com um exercício em que dividíamos a respiração em 4 tempos e depois, expirando íamos ao chão em 8 tempos e inspirando subíamos também em 8 tempos./2- Aquecimento da musculatura da face com chicletes imaginários e falamos um pequeno texto ou frase que quiséssemos de forma bem articulada e o volume se dava a partir da distância que Durval ficava da gente./ 3- Em círculo cantamos em volumes diferentes uma cantiga de origem africana, ainda exercitando a voz./ 4- Por fim, fizemos a leitura do texto de uma forma diferente, cada cena tinha um estimulo diferente. Ex: O prólogo foi caminhando pela sala, uma determinada cena foi, com todos sentados em cima da mesa um de costas para o outro. 

 

Comentários Pessoais: Hoje partimos para uma nova experiência, ainda no campo da criação, claro. Porém, foi algo diferente e que nos instigou mais. Acredito que a turma estava precisando de um ensaio assim, acredito que o ator precisa experimentar no corpo as ações, as formas, os meios e etc, para assim deixar tudo isso impregnado e conseguir uma consciência. Claro que a leitura de mesa também nos dá grandes percepções, mas precisávamos de um novo estimulo. 

 

Análise: Hoje aquecemos a voz e o corpo com uma cantiga africana, e não foi a primeira vez que fizemos isso. Também utilizamos uma canção africana na aula de Adriana em sonoplastia. Cantávamos uma canção de ninar onde havia: agudos e graves, vários pontos no corpo onde jogávamos a vibração e assim, aquecíamos nossa voz.

 

 

Data: 16/07 (Quarta-feira)

 

Tema: A vela da sabedoria.

 

Relato das Atividades: (Mais uma vez não tive contato com o horário, então direi a ordem dos fatos) 

 

Fizemos um círculo com a sala toda escura e apenas uma vela no meio de nós para iluminar./ 2- Com uma velocidade lenta fomos para a mesa e lemos o prólogo e a cena 1 (ainda lentamente) com intervenções de Denys.

 

Comentários Pessoais: Quando estávamos todos no círculo, Denys nos perguntou, para que refletíssemos; “O que você está fazendo em prol da peça”? incrível o poder de uma pergunta e como e o que ela pode causar em cada um. Para mim foi um estimulo, talvez porque eu percebi que eu podia fazer mais, eu devia fazer mais. E aquela pergunta chegou em mim e se alojou, reverberando pensamentos, sensações, vontades, emoções, angustias. E olhando para a chama que dançava no centro do círculo, eu podia ir afundo naquela pergunta. Fui além, não usei a pergunta apenas a peça, mas para mim. “O que eu estou fazendo em prol do meu sonho, do meu desejo de me tornar um ator?” É um questionamento que deve estar sempre me permeando, não só a mim, mas a todos.  E além dessas minhas sensações, houve também a leitura com o ritmo lento, para termos atenção na nossa respiração, no relaxamento correto do corpo para o momento certo na cena, para as pausas. Além de percebermos problemas na leitura e perceber novas nuances. 

 

Análise: Toda esse questionamento, sobre construir um caminho de trabalho, sobre o que estou fazendo em prol da peça e da minha vida profissional, me remeteu à um vídeo que o professor Wellington nos mostrou, onde Fernanda Montenegro em um programa de TV é perguntada sobre o que é ser ator, e ela diz que é ser: trabalhador. E de fato, esse é nosso papel; de estudar, ler, pesquisar e repetir. É coisa pra louco mesmo.

 

Data: 21/07 (Segunda-feira)

 

Tema: Encontrando a persona

 

Relato das Atividades: (Novamente, darei apenas a ordem dos exercícios)

Aquecimento: começando no chão fomos espreguiçando o corpo a partir de movimento impulsionados pelo próprio corpo, tentando não interferir com o pensamento (racionalizar)/ 2- Nos movimentamos pela sala, ainda com o mesmo princípio/ 3- Em círculo trabalhamos os ressonadores com as vogais/ 4- Ainda em círculo, cada um ia para o centro e transformava a vogal ressonada em movimento/ 5- Com máscaras e de diferentes formas lemos o texto, cada cena recebia um estimulo diferente de Durval, e ao final de cada cena lida, os atores que estavam nela deveriam falar para Durval o que se passava na cena/ 6- Deitados em círculo, cada um falou um pouco da aula.

 

Comentários Pessoais: Novamente a leitura foi com coordenadas de Durval, e hoje os estímulos recebidos em cada cena foi perfeito. Os estímulos recebidos, na maioria das vezes gerou: o comportamento, as sensações e ações corretas para cada cena. O envolvimento na leitura ficou mais vivo, tornou mais orgânico a relação entre os personagens e os atores. A cena começou a ser enxergada, tivemos momentos marcantes e lindos nessa experiência. No final, quando falamos da aula e o que ela nos trouxe ou para onde levou, o depoimento de todos foi que puderam de fato visualizar algo da peça. Foi como se em algum momento estivéssemos dentro do cenário, sentindo como o personagem.

 

Análise: Durante o aquecimento em que estávamos no chão, e ao fim da aula, Durval nos falou em: Bioenergética. Bioenergética é a energia essencial da vida, a respiração. Na bioenergética, o homem busca reconectar-se com seu corpo através da respiração, é uma viagem para o interior do ser, liberta-se de tensões como: sentimento contido, frustrações sentimentais. A bioenergética permite uma melhor compreensão corporal, e uma melhor expressão. O que é muito valioso para o trabalho de ator. 

 

Comentários Extras: O ensaio foi apenas com Durval.

 

 

 

Data: 22/07 (Terça-feira)

 

Tema: Energia, Energia e Energia.

 

Relato das Atividades: (Só a ordem dos exercícios) 

 

1-Aquecimento comandado por Durval/ 2- 30 minutos movimentando todo o corpo pela sala, sem parar/ 3- Leitura do prólogo no tempo em que descíamos para o chão e depois novamente leitura, no tempo de subida/ 4- Leitura da cena 1 parados/ 5- Leitura do texto nos quadrantes: Louco, Diabo, Masculino e Feminino. Ex: Quem estava participando da cena, lia o texto dentro de quadrados (feito com fita no chão) e cada quadrado representava uma qualidade diferente na voz e no corpo. Um momento se o texto com características de um homem, outra hora, de uma mulher.

 

Comentários Pessoais: Hoje nos transformamos em geradores de energia. Começando pela “dança de São Guido” (batizado assim, por Durval), exercício em que tínhamos de ficar nos movimentando na sala, todo o corpo, sem parar. Quando ultrapassamos o cansaço, a fadiga, a vontade de parar... vemos e sentimos sensações, estímulos e energias incríveis no nosso corpo. Foi uma vivência fantástica para mim. Vi um verdadeiro: grupo, hoje. Quando alguém estava fraquejando, perdendo para o cansaço, chegava uma pessoa e dava “choques” nela, se movimentava ou dançava com ela, tocava, pegava a mão, gritava, mas não deixava aquela pessoa cair. E vendo e sentindo tudo aquilo me contaminar, me emocionei quando senti que pertencia a eles e eles a mim. Nada mais importava, só permanecer ali, na mesma sintonia, contagiando e sendo contagiado. Foi uma verdadeira tempestade de emoções sentidas. Uma hora eu me sentia como um animal, depois me vinha a energia de um guerreiro e os movimentos ficavam mais fortes. Após esse banho de poder energético em nós e na sala, fomos para o jogo dos quadrados. Que também foi muito enriquecedor. Percebemos características que cabiam perfeitamente para aquele determinado momento, para determinada frase. Foi importante colocar no corpo algumas ações do personagem, ou que possa fazer parte.

 

Análise: Batizada por Durval, dança de São Guido foi uma “dançomania”, da Idade Média, que foi considerada uma dança macabra, que quem a dançasse teria o poder de se comunicar com os mortos. A dança de São Guido é descrita como parte de uma cerimonia onde um indivíduo dançava uma música em desarmonia com o corpo, até perder a consciência, e chegar no esgotamento do corpo.

CURSO DE INTERPRETAÇÃO DE TEATRO - SESC PIEDADE - PE

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