A DEUS TODOMUNDO
UMA IMORALIDADE DO NOSSO TEMPO
Recapitulação dos meses anteriores: Iniciamos em 10/02/2014 com o texto: Everyman (de onde surgiu o nosso texto: A Deus Todomundo). A partir desse texto, estudamos alegorias e cada um construiu uma alegoria, usando objetos e formas corporais. Em Março construímos alegorias em dupla e em grupos, e trabalhamos em cima do texto Everyman. Em Abril começamos a experimentar no corpo os personagens da peça, com improvisações, exercícios de ritmo e pulso, exercícios de equilíbrio precário e circenses. A partir do texto, criávamos improvisações coordenadas por Denys.
Obs: No dia: 29/04, Marcos Soares saiu do processo de montagem e em: 19/06, Monalisa saiu do processo de montagem.
Data: 26/05
Tema: Aquecimento Cognitivo através de confissões
Relato das atividades: 19:13 Começamos a procurar no texto em que Denys lia, palavras nucleares, o núcleo do texto. 20:00 Continuamos sentados, mas agora fizemos nossas confissões, duas melhores coisas que fizemos na vida, mas não só para nós mesmos, e a pior coisa. 21:11 Fomos para o exercício de prática, fizemos uma improvisação a partir da cena de Todomundo e Boa companhia, onde podíamos interver na cena a qualquer momento, "tomando" o personagem do ator que a estava representando.
Comentários pessoais: É muito bom ver o quanto a turma ganhou e vem ganhando um amadurecimento em cena, uma postura nova. Já vínhamos trabalhando esse tipo de exercício, de intervir na cena, mas sempre o dialogo era com a plateia, agora foi com um outro ator. E o trabalho fluiu, sempre inflamados por dicas do Denys. Nos experimentos que estamos fazendo, percebe-se uma vontade, um querer imenso da turma nas atividades propostas. Estamos com uma sede quase que insaciável, e essa sede só aumenta e nos faz ir cada vez mais em busca, seja do aperfeiçoamento, do melhoramento, ou quem sabe até do sucesso da peça e sim, estamos no caminho.
Análise: A atividade do aquecimento cognitivo me remeteu o trabalho feito em sala com o professor: Rodrigo Dourado, em que tínhamos de fragmentar o texto e classificar cada fragmento desse com uma: Ação (verbo) e um adjetivo. Nos ajudando a encontrar as entonações certas para cada fala e uma melhor compreensão para a atmosfera que cerca a cena.
Data: 27/05
Tema: Versatilidade
Relato das atividades: 19:19 Fizemos um aquecimento físico mais intenso, buscando alongar a coluna e a força das articulações, tudo isso no plano baixo. 19:48 Denys fez umas perguntas sobre nós no dia. Ex: O horário que acordamos, e se aconteceu algo de poético no dia da gente. 20:13 fizemos um exercício em que íamos ao fundo da sala e nos apresentávamos como um personagem fictício, e a partir dos nomes que os outros atores chamavam o que estava representando reagia ao nome e mudava a persona. 21:05 Sheila e Monalisa representaram as personagens: Primo e Parente, de uma forma como se elas fossem siamesas. 2125 Fizemos o mesmo trabalho de ontem, só que dessa vez era: Todomundo, o Primo e o Parente representando a partir do texto original com intervenção (dessa vez a intervenção ocorria quando Denys mandava).
Comentários Pessoais: Hoje a turma estava mais excitada para fazer os exercícios e algo que nos move e que nos levará à montar um ótimo espetáculo é a: alegria. Tanto é que quando a turma não está como geralmente é, podemos sentir uma sombra escurecendo a sala, mas que bom que ela apenas passa por aqui. E levamos nossa montagem com uma felicidade e uma vontade que contamina a todos. Hoje, essa percepção foi bem forte, pois o clarão de alegria invadiu a sala, definhando a pequena "nuvem negra", dando-se assim o contraste barroco. Além disso, hoje exercitamos nossa versatilidade, como conseguimos partir de uma persona para a outra, buscando a construção e desconstrução da personagem. consciente do corpo, da voz. Ou melhor, corpo-voz (sendo eles um só).
Análise: A partir dessa versatilidade em construir e desconstruir uma persona, nos vemos dentro de um sistema de representação, o: Sistema Coringa, criado pelo Augusto Boal para um modelo dramatúrgico onde alterava as formas narrativas tradicionais do gênero dramático, e propunha uma forma mais "Bretchiana", o épico e crítico. No nosso caso não buscávamos o distanciamento ator/personagem, mas sim a versatilidade e um ator coringa, de se apropriar de vários personagens.
Data: 28/05
Tema: Coreografia do movimento
Relato das Atividades: 19:15 Conversa sobra o dia e se teve algum momento poético. 19:55 Aquecimento mental, uma pessoa dava uma palavra geradora e os outros a partir do chamado de Denys tinha de falar uma palavra que rimasse com a palavra geradora. 20:30 Depois, tínhamos de rimar o movimento, uma pessoa fazia um movimento e as outras tinham te através da forma rimar com o movimento gerador. 21:25 Mais uma vez uma cena improvisada a partir do texto original, Todomundo com boas ações, com intervenção.
Comentários Pessoais: Quando fizemos o exercício de rimar os movimentos, Denys nos alertou para que quando separamos a ação física assim como uma palavra, encontramos nela: o ritmo, o pulso e etc. Assim como na dança, o movimento deve ser quase como uma coreografia. Quando dominamos a ação física, quando impregnamos em nós todo o caminho feito interiormente e exteriormente, podemos brincar com as marcações.
Análise: Hoje o exercício dos movimentos rimados, foi uma partícula da construção de uma ação física. Ação física que foi considerada por Stanislavski o elemento chefe da expressividade no palco. Contradizendo a si mesmo, quando usou os "estados emocionais" como um método de trabalho. Ele constatou que as emoções faziam parte de um campo da qual o ator não tinha total controle, e apenas as ações físicas eram fixadas no ator. Ação física foi estudada e sistematizadas por vários teóricos, como: Stanislavski e Grotowski deu continuidade após sua morte, Decroux e etc. A ação física é uma célula composta pelos elementos: Intenção, élan, impulso, ritmo e energia.